Recebi um email de Rayan Lins, um dos responsáveis pelo Espaço Mundo, um barzinho bem legal do Centro Histórico de João Pessoa e que nos fim de semanas realiza(va) shows de bandas independentes. Vo colocar aqui na íntegra, para vocês lerem.
"Para quem produz shows em João Pessoa (PB), há sempre a preocupação com a presença de um verdadeiro vilão, a Secretaria de Meio Ambiente ou como é comumente conhecida: a SEMAM. Isso independente do bairro ou área de realização do evento, pois a cidade não possui um zoneamento que contemple a produção cultural e o lazer, bastando apenas uma ligação anônima para que os fiscais da secretaria façam uma visita até o evento e obriguem ditatorialmente que o mesmo seja encerrado imediatamente.
E foi exatamente isso que ocorreu na última quinta-feira, dia 14/01/2010, no Espaço Mundo, bairro do Varadouro, Centro Histórico da capital paraibana. Na ocasião estavam acontecendo apresentações das bandas Gauche e Flying Back, quando os fiscais identificados pelos nomes de Campos e Antônio Alves entraram no recinto gesticulando para a banda e dirijindo-se para o palco.
Um dos responsáveis pelo Espaço Mundo, o produtor cultural e músico Rayan Lins os abordou educadamente, se identificando e pedindo para conversar com os fiscais fora do recinto. O pedido foi recebido com resistência pelos fiscais, que gritavam para parar o show imediatamente.
Já fora do recinto, um dos fiscais mostrava-se extremamente irritado, gritando e se negando a explicar a situação e fazer a aferição do som, além de ameaçar chamar a polícia caso o show não fosse encerrado imediatamente. Após muita insistência de que fosse identificado o ponto de denúncia e que a aferição fosse feita de lá, o máximo conseguido foi uma rápida olhadela do outro fiscal no decibelímetro apontado para uma das portas do Espaço Mundo e a ordem: o show tem que acabar agora!
Decepcionado com a tentativa de entender a situação através dos fiscais da SEMAM e preocupado com a possível represália da polícia militar, o responsável pelo espaço não teve outra opção a não ser pedir para a banda para de tocar e acabar com o show. Imediatamente parte do público foi ao encontro dos fiscais, exigindo explicações, que mais uma vez foram negadas pelos mesmos, que ainda demonstraram desdenho e preconceito: “Isso tá errado, não pode! Ainda mais esse tipo de som!”
Para agravar ainda mais, no dia 16/01/2010, sábado, fiscais da SEMAM notificaram não só o Espaço Mundo, como também o Galpão 17 (ex-Candeeiro Encantado), proibindo-os de realizar shows, sob a ameaça de multa caso os espaços voltem a realizar eventos.
Funcionando desde abril de 2009 e filiado das Casas Associadas – Associação Brasileiras das Casas de Shows Independentes – o Espaço Mundo tem capacidade para 200 pessoas e é uma espécie de centro cultural, agregando em sua programação shows, exposições de artes, oficinas e debates, além de funcionar como bar e restaurante, sem nunca ter sido alvo deste tipo de ação repressora.
A gerência do local é do Coletivo Mundo, coletivo de produção cultural formado por artistas, produtores, jornalistas, designers, fotógrafos e outros agentes da cadeia produtiva que trabalham com base na Econômia Solidária para fomentar a produção, divulgação e consumo da cultura independente, em especial da música paraibana.
O Coletivo Mundo já passou por problemas com a secretaria, quando a SEMAM tentou impedir a realização do Festival Mundo 2009 na Usina Cultural Energisa. Neste fato, a única informação passada pela secretaria para a coordenação do festival foi de um horário máximo de 1h da manhã para realização dos shows. O festival foi totalmente adaptado e durante um mês tentou-se conseguir um parecer da SEMAM sobre o evento, parecer este que só veio faltando uma semana para o festival, impedindo a realização do evento. Só depois de muita articulação política, visitas a diversos gabinetes da prefeitura e principalmente com o importante apoio do vereador Bira, é que a coordenação do festival conseguiu a liberação para realizar o evento.
“Não é a primeira vez que este órgão público traz problemas para a realização de eventos e o desenvolvimento da cultura em nossa cidade. João Pessoa necessita de um novo zoneamento urgentemente, para o bem do desenvolvimento artístico e turístico da cidade! E precisa definitivamente reconhecer o Centro Histórico como uma área livre para a cultura” diz Rayan Lins."
Ai, gente, uór! João Pessoa tem pouquíssimas opções culturais - todo fim de semana é aquele dilema "Pra onde iremos?!" - e o centro histórico era uma ótima opção. Agora isso, para literalmente lascar com nossa diversão. Espero que consigam reverter essa situação!
2 comentários:
virge, q odio desses policiais brutos. nam! e tambem da senam, logico... nao entendo pra que criar esse tumulto, eu hein. ¬¬
Meu amigo! Meu amigo!! Que coisa mais sem nocao. Como assim nao querer dar explicacao?? Isso tah muito estranho.
Béa.
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